Falar sobre o mundo pop não engloba apenas as loucuras de Rihanna, o perfume da Katy Perry, tampouco a reaparição de Lady Gaga. Envolve também literatura, inclusive as nossas. Ler também é POP, viu gente?!
Há um bom tempo venho ensaiando para falar sobre essa determinada obra e o seu autor, ou melhor, autora. Essa pessoa em questão foi fundamental para a minha formação intelectual, mesmo não tendo ideia da minha existência. Tudo aconteceu por conta de sua obra. Não que eu tenha lido todos os seus livros. Mas os que li foram completamente valorosos e significativos para mim e para o meu "eu", que eu nem conhecia, nem muito menos tinha domínio.
Essa é FERNANDA YOUNG. Uma mulher cujas palavras ditas em seus romances, foram capazes de me fazer passar por um estado totalmente delicioso de epifania. E compreendendo, por consequência, o verdadeiro significado de LITERATURA. Um significado mais amplo, claro e beeeem distante do didatismo empregado no curso de Letras, que desisti há um tempo.
BEM, após essa introdução (Hum...) quero também deixar como uma dica, um dos livros de Miss Young. Aliás, o meu preferido, pra ser sincero...
O livro é narrado em primeira
pessoa, e tem uma protagonista com o claro objetivo de se
vingar da maneira como foi negligenciada pelo seu pai – que
atualmente se encontra debilitado em um leito de hospital. A vingança é
feita através de uma carta recheada de rancor.
E a personagem não faz muitos rodeios.
Não há laconismo, nem muito menos palavras de reflexão
"Pollyanalescas". Ela joga limpo, conta que martelou a
cabeça de sua mãe depois de tanta indiferença e críticas destrutivas, descreve com afeto
seu relacionamento com uma companheira de cárcere, e revela, logo de
início, o motivo de escrever o livro: remexer nas feridas abertas.
O grande trunfo do livro é sua aversão ao clichê. Por mais
que imaginemos que a personagem tenha adquirido uma frieza ímpar para conseguir
tomar uma atitude tão masoquista quanto essa, somos imediatamente contrariados
com esse seguinte trecho:
A carência gritante da personagem,
justifica suas atitudes tenebrosas, dignas de qualquer ser humano criado em uma
realidade tão intensamente medíocre. O comparativo feito ainda nas primeiras páginas, entre a
vida da protagonista na pacata Niterói dos anos 80 e a vida da lendária
Christiane F, é genial. Leia o trecho:
CÊIS SACAM QUEM É A CHRIS, NÉ?
Fernanda Young, através de TUDO QUE VOCÊ
NÃO SOUBE, talvez sem a menor intenção, conseguiu militar contra a hipocrisia
com uma grande ressalva: sem perder o lirismo. Essa personagem
depois de inúmeras porradas da vida, de tanto suportar situações
insuportáveis, de forjar sorrisos, consegue de uma maneira sofisticadíssima
VINGAR-SE de quem lhe virou as costas (seu pai), e também de todos
aqueles que fizeram da sua vida de merda um pouco mais fétida.
AH, GALERINHA DO BEM... VOCÊS NEM IMAGINAM COMO EU GOSTARIA DE TER UM INSIGHT DESSES!
NO ENTANTO, SOU CUZÃO...
Apesar de tudo ter sido desencadeado por conflitos
familiares, que são típicos e recorrentes em várias histórias da nossa
literatura (Beijo, Rei Lear!), o livro está há anos luz da previsibilidade. O
que adiciona mais um grande motivo para que vocês possam devorá-lo o
quanto antes.
Depois de finalizá-lo, numa forma talvez
não muito nítida, fica uma mensagem (quase subliminar) de que
exteorizar a raiva, pode ser um forte e único antídoto para qualquer um de
nós - vivendo ou prestes a viver algo parecido, não chegarmos ao ponto de
recorrer a uma caixa de ferramentas, ou mais precisamente, a um
martelo.
Ps: CANALIZE NO SEXO.
Gente, vocês tão aqui ó -- > ♥
Ah, meu twitter é: twitter.com/rudiesse
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